domingo, 22 de julho de 2012
Tema: "A igreja de Jesus e a 'igreja' da multidão".
Data: 26, 27 e 28 de outubro de 2012.
Horário: 19h00.
Local: Primeira Igreja Batista do Jardim Jacy.
Endereço: Rua Rio Pardo, 706 - Jardim Jacy - Guarulhos - SP.
PROGRAMAÇÃO
Sexta-feira (26/10) - Pr. Ariovaldo Ramos.
Sábado (27/10) - Pr. Levi Araújo.
Domingo (28/10) - Pr. Josadaque Martins.
Maiores informações:
http://conferenciareflexao.blogspot.com.br/
Participem e divulguem!!!
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
TRIBUTO A DOM ROBINSON CAVALCANTI (1944-2012)
A Proposta de Pedro ou a Proposta de Jesus?
Lucas 9. 28-42
Bispo Robinson Cavalcanti
Introdução
Quando isso ocorre? Seis dias depois. Mas, seis dias depois do que? O que antecede o fato?
E aí acontece a proposta de Pedro em contraste com a proposta de Jesus. Pedro estava com medo. Pedro preferia o conforto. Pedro preferia uma religião de moleza, de sombra e água fresca. Pedro preferia ver a vida cristã como um permanente acampamento. Pedro prefere ver a vida cristã como um eterno louvorzão (isso pode ser na Nova Jerusalém, mas, por enquanto...). O texto nos diz que Pedro não sabia o que estava dizendo, ou que estava dizendo uma bobagem. Ele que já falara inspirado por Deus, que já falara induzido por satanás, agora falava pela fragilidade da carne, da natureza humana caída.
Mas, entre o Monte da Transfiguração e o Monte do Sacrifício havia os vales, a serem evangelizados, a serem ministrados, onde os milagres ocorreriam, e pessoas seriam alimentadas física e espiritualmente, onde a verdade seria ensinada, e onde satanás seria confrontado. Ao descerem do Monte, no dia seguinte, ao descerem do silêncio, do retiro e da transfiguração se deparam com uma grande multidão, se deparam com um pai desesperado, se deparam com um jovem possesso. E, depois de repreender a falta de fé, repreende o espírito imundo, cura o menino e o entrega ao seu pai. E todos ficam atônitos com a grandeza de Deus.
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
terça-feira, 11 de outubro de 2011
1º Encontro REFLEXÃO
Data e Horário:
Dia 03 de dezembro às 15h00
Tema:
"A relevância do pensamento de Dietrich Bonhoeffer para a igreja evangélica brasileira"
Local e maiores informações:
Comunidade Batista da Grande São Paulo
Rua Abraham Lincoln, 256 - Centro - Guarulhos - SP (Próximo ao Fórum de Guarulhos)
http://josadaquemartins.blogspot.com
Palestrante: Drº. Carlos Caldas
Possui graduação em Teologia pelo Seminário Presbiteriano do Sul (1985), graduação em Letras pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Caratinga (1988), mestrado em Teologia pelo CEM-Centro Evangélico de Missões de Viçosa (1997) e doutorado em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo (2000), com período de pesquisas na Universidad Biblica Latinoamericana em San José, Costa Rica. Atualmente é professor adjunto I do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da Universidade Presbiteriana Mackenzie. É membro da SOCIEDADE INTERNACIONAL BONHOEFFER Seção Língua Portuguesa Brasil.
Moderação e Reação: Josadaque Martins
Bacharel em Teologia pelo CUTS-Cohen University&Theological Seminary, Torrance, CA, EUA (2005). Bacharel e Licenciado em Filosofia pela UNIFESP-Universidade Federal de São Paulo (2010). É membro da SOCIEDADE INTERNACIONAL BONHOEFFER Seção Língua Portuguesa Brasil. É professor de História da Teologia e Religiões Mundiais no Seminário Teológico Batista do Sudeste do Brasil em Guarulhos-SP. Pastor da Primeira Igreja Batista do Jardim Jacy em Guarulhos-SP. Idealizador do Grupo de Estudos REFLEXÃO.
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
O QUE É A VERDADE?
Josadaque Martins Silva[1]
Certa ocasião, um aluno do Seminário Teológico Batista do Sudeste do Brasil onde leciono, me perguntou: “Professor, o que Pilatos queria saber quando perguntou para Jesus: o que é a verdade?” Confesso que fiquei pensando uma semana para responder a pergunta, li e reli o texto de João 18. 28-38 sucessivas vezes, buscando também em comentadores renomados alguma explicação. Todavia, antes desta pergunta de Pilatos, há um enredo anterior. Primeiramente, ante as acusações do povo e dos chefes dos sacerdotes, Pilatos pergunta a Jesus: "Que é que você fez?" (João 18. 35 NVI). E responde Jesus: "O meu Reino não é deste mundo. Se fosse, os meus servos lutariam para impedir que os judeus me prendessem. Mas agora o meu Reino não é daqui" (João 18. 36 NVI). Pilatos queria saber o que de fato Jesus fizera para receber a acusação do povo e dos chefes dos sacerdotes. Ou seja, Pilatos queria saber o que Jesus fez de tão grave para ser acusado de rebeldia pelo povo. Por isso, Pilatos pergunta a Jesus: “O que você fez?” Porém, Pilatos não entendeu que o problema de Jesus não foi o que Ele fez, mas a sua opção de vida. E qual foi a opção de vida de Jesus? Jesus fez uma opção não pelo mundo e suas estruturas econômicas e sociais exploradoras, mas sim uma opção pelas pessoas do mundo. Jesus opta em viver para as pessoas. E foi esta a opção que Jesus fez: optou em viver para os outros. Segundo o teólogo Leonardo Boff, Jesus fez uma “opção libertária a partir de sua relação com o Deus da vida que sempre escuta o grito dos excluídos e oprimidos”[2]. Aliás, Deus é um Deus que sempre escuta o grito dos oprimidos, e como Jesus é Deus, Ele optou por escutar o grito dos oprimidos, vivendo para a libertação dos cativos. Por isso, Jesus disse que seu reino não era deste mundo. Ou seja, Jesus afirma que possui um reino, porém não trata-se de um reino terreno e transitório, e sim um reino de Justiça e Paz.
Segundo o teólogo Paul Tillich, a mensagem original de Jesus era a vinda do reino de Deus[3]. Aliás, a idéia de reino de Deus permeia todo o ensino de Jesus. Conforme Tillich, o “Reino queria dizer o estado em que Deus e o indivíduo se encontram numa relação de perdão, aceitação e amor”[4]. E é Jesus quem instaura o reino de Deus na história através da sua missão e ressurreição. Mas, o que significa de fato o reino de Deus? O reino de Deus é a sinalização e o estabelecimento de um reino de justiça, misericórdia, paz e igualdade aqui na terra. Conforme Leonardo Boff, o reino de Deus implica “uma revolução em todas as relações; não apenas entre Deus e os seres humanos, mas também na sociedade”[5]. Portanto, o reino de Deus é uma revolução de justiça numa sociedade marcada por injustiças. O reino de Deus é a revolução de Deus na vida dos oprimidos. O reino de Deus é a revolução de Deus na história da humanidade. Por isso, o reino de Deus é Jesus pondo-se na história em favor dos pobres e oprimidos. Assim, o reino de Deus é a igreja lutando em prol dos pobres e oprimidos, sinalizando e estabelecendo a justiça numa sociedade marcada pela exploração econômica, social e religiosa do ser humano. Neste sentido, se o reino de Deus significa Deus pondo-se na história em favor dos pobres e oprimidos, então, Deus é o Deus dos pobres. Por essa razão, o reino de Deus é a opção de Deus pelos pobres. O reino de Deus é Deus deixando a sua glória nos céus, e descendo a terra para libertar os cativos e oprimidos. O reino de Deus é Deus fazendo justiça no mundo.
E esse reino de Justiça não é mantido por força econômica ou militar, mas sim pelo amor ao próximo. Ou seja, é o amor que move o reino de Deus, e não os interesses econômicos. O estabelecimento do reino de Deus na terra se dá pelo amor, pois o reino de Deus é Deus amando o mundo de tal maneira (João 3. 16), e esvaindo a si mesmo, tomando a forma de servo (Filipenses 2. 5-8) para morar com os homens na terra. O reino de Deus é uma revolução de amor, é Deus sentindo a dor do oprimido, libertando-o de toda opressão e exploração. Por essa razão, a idéia de reino de Deus como proposto por Jesus instiga medo nos "poderosos", pois trata-se de um reino subversivo e revolucionário que rompe com toda sorte de exploração econômica, política, social e religiosa. Em vista disso, de forma sarcástica, Pilatos diz a Jesus: "Então, você é rei!" (João 18. 37 NVI). Jesus responde: "Tu dizes que sou rei. De fato, por esta razão nasci e para isto vim ao mundo: para testemunhar da verdade. Todos os que são da verdade me ouvem" (João 18. 37 NVI). Então, pergunta Pilatos: "Que é a verdade?" (João 18. 38a NVI). Pois bem, a pergunta de Pilatos tem um tom irônico, pois ele não aguarda a resposta de Jesus e o entrega à morte e se exime de qualquer responsabilidade lavando as mãos. De fato, a atitude de Pilatos é a atitude do mundo e suas estruturas exploradoras que nunca vão querer saber a verdade, pois a mentira sempre justifica a exploração. Então, o que Pilatos queria saber quando perguntou para Jesus: o que é a verdade? Nada, pois os que exploram de nada querem saber, nem sequer da verdade. Os que exploram só tem compromisso com a mentira e a demagogia.
No entanto, ao contrário dos exploradores, Jesus tem um compromisso com a verdade e, por isso, afirma o que é a verdade. Então, o que é a verdade? Jesus responde: “A verdade é o reino de Deus; a verdade é a opção pelos pobres e oprimidos”. A verdade é estar ao lado daqueles que são vítimas da injustiça social. A verdade é a opção de viver para a libertação dos cativos e oprimidos. Neste aspecto, a opção pelos oprimidos define a identidade da igreja e a sua verdade. Ou seja, a igreja não é uma estrutura eclesiástica que possui uma verdade dogmática "absoluta" e inoperante. Pelo contrário, a igreja é Deus agindo no mundo em prol dos oprimidos. E esta é a verdade: Cristo pondo-se no mundo em prol dos fracos, marginalizados e oprimidos para lhes conceder dignidade humana. A verdade é o compromisso de Cristo com os pobres e oprimidos. A verdade é Jesus de Nazaré libertando os cativos, pois a verdade liberta (João 8. 32).
NOTAS
[1]É Bacharel em Teologia pelo CUTS-Cohen University&Theological Seminary, Torrance, CA, EUA (2005). Bacharel e Licenciado em Filosofia pela UNIFESP-Universidade Federal de São Paulo (2010). É membro efetivo da SOCIEDADE INTERNACIONAL BONHOEFFER Seção Língua Portuguesa Brasil. Autor do livro "A Missão do Cristão no Mundo: O crente sendo sal e luz num mundo corrompido" publicado em 2007 pela KMP Editorial. É professor de História da Teologia e Filosofia da Religião no Seminário Teológico Batista do Sudeste do Brasil em Guarulhos-SP. É pastor da Primeira Igreja Batista no Jardim Jacy em Guarulhos-SP. Integra como aluno pesquisador o Grupo de Pesquisa de História da Filosofia Antiga e Medieval da UNIFESP-Universidade Federal de São Paulo. Sua linha de pesquisa acadêmica concentra-se na História do Pensamento Patrístico e na História da Teologia Contemporânea, atuando principalmente nos seguintes temas: patrística latina, filosofia cristã, filosofia medieval latina, Santo Agostinho, Dietrich Bonhoeffer e Paul Tillich.
[2]BOFF, Leonardo. Quarenta anos da Teologia da Libertação. In: Blog Wordpress de Leonardo Boff, 2011. Disponível em: http://leonardoboff.wordpress.com/2011/08/09/quarenta-anos-da-teologia-da-libertacao/. Acesso em: 25 set. 2011.
[3]Cf. TILLICH, Paul. Perspectivas da Teologia Protestante nos séculos XIX e XX, p. 209.
[4]Idem, ibidem.
[5]BOFF, Leonardo. Quarenta anos da Teologia da Libertação. In: Blog Wordpress de Leonardo Boff, 2011. Disponível em: http://leonardoboff.wordpress.com/2011/08/09/quarenta-anos-da-teologia-da-libertacao/. Acesso em: 25 set. 2011.
BIBLIOGRAFIA
Bíblia de Estudo NVI. Tradução das Notas de Gordon Chown. São Paulo: Vida, 2003.
BOFF, Leonardo. Quarenta anos da Teologia da Libertação. In: Blog Wordpress de Leonardo Boff, 2011. Disponível em: http://leonardoboff.wordpress.com/2011/08/09/quarenta-anos-da-teologia-da-libertacao/. Acesso em: 25 set. 2011.
TILLICH, Paul. Perspectivas da Teologia Protestante nos séculos XIX e XX. Trad. de Jaci Maraschin. São Paulo: ASTE, 1986.
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
VI Café Teológico da PIB Jardim Jacy
sábado, 2 de julho de 2011
ONDE ESTÁ JOSÉ? A DIMENSÃO COMUNITÁRIA DA FÉ CRISTÃ – FÉ COMUNITÁRIA E AÇÃO LIBERTADORA[1]
Josadaque Martins Silva[2]
“à primeira vista, pensaríamos que Amós fosse um grande proprietário e que sua atividade profética pudesse ser em defesa de seus interesses de proprietário. Todavia, podemos pensar, e talvez com mais acerto, que Amós fosse uma pessoa pobre, com vários empregos a serviço de outros para sobreviver: ora trabalhava como pastor, ora como vaqueiro, ora como agricultor, dependendo dos ‘bicos’ que conseguia. Lembraria hoje o bóia-fria que vive das oportunidades passageiras de trabalho”[8].
E quando uma religião é instrumentalizada, ela coisifica as pessoas e as transforma em massa de manobra. Quando uma religião é instrumentalizada, ela deixa de ter um cabeça - Cristo - para ter um dono, sendo a igreja uma propriedade do pastor, do diácono, da família fundadora, menos de Deus. Aliás, ao denunciar no santuário de Betel as injustiças sociais cometidas pelo poder político e justificadas pela religião, Amós é acusado pelo sacerdote Amazias de estar maquinando uma revolução contra o rei.. O próprio sacerdote Amazias se encarrega de expulsar o profeta Amós do reino, vociferando: "Vidente, vá embora daqui. Retire-se para a terra de Judá. Vá ganhar a sua vida fazendo lá suas profecias. Não me venha mais fazer profecias em Betel, pois isso aqui é o santuário do rei, e é templo do reino"[16]. As palavras do sacerdote Amazias são taxativas: o santuário tem dono, pois o lugar é "do rei e é templo do reino"[17]. Ou seja, "a religião que se pratica deve estar de acordo com a vontade e a política do rei; tentar contradizer essa união se torna um crime político e, ao mesmo tempo, uma apostasia"[18]. Quando uma religião é instrumentalizada, a vontade que prevalece não é a de Deus, mas a do dono da religião. Quando uma religião é instrumentalizada, ela deixa de ser um corpo vivo para ser uma estrutura mecânica.
Quando uma religião é instrumentalizada, os cultos, os louvores e as pregações tornam-se meios para a exploração da vida humana. Quando uma religião é instrumentalizada, as pessoas deixam de amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, para amarem suas coisas acima de qualquer coisa. Quando uma religião é instrumentalizada, a instituição religiosa e sua estrutura tornam-se mais importantes que as pessoas. Quando uma religião é instrumentalizada, ela deixa de ser agente de libertação para ser força brutal de escravização. Quando uma religião é instrumentalizada, ela perde o senso de comunidade e instaura em seu interior a estrutura de classes e privilégios onde não há unidade na diversidade, e sim um diverso radicalmente dividido e classificado por ordem social (classe A, B, C, D, E; crente A, B, C, D, E, F). E quando se perde o senso de comunidade instaura-se o individualismo; e com o individualismo perde-se o amor pelo outro, instaurando-se a exploração do outro por interesse mercantilista, pois o outro torna-se coisa, objeto de exploração. E a religião que cai no individualismo passa a cometer crimes, torna-se criminosa.
1. “vendem justo por dinheiro”: desprezo pela pessoa do devedor;
2. “vendem o necessitado por um par de sandálias”: escravidão por dívidas ridículas;
3. “pisoteiam os fracos no chão”: humilhação e opressão dos que não tem meios para se defender;
4. “desviam o caminho dos pobres”: falsificação do anseio pela justiça;
5. “pai e filho dormem com a mesma jovem”: abuso dos fracos;
6. “diante de todos os altares eles se deitam sobre roupas penhoradas”: falta de misericórdia na questão dos empréstimos;
7. “no templo do seu deus bebem o vinho de juros”: uso indevido dos impostos e multas.
“café da manhã; abertura da romaria e saudação dos romeiros e comunidades; rito de ‘saudação da mãe terra’; recepção do símbolo da romaria; memória das romarias passadas; recepção da Bíblia e leitura; recepção da cruz da romaria; momento de protesto – geralmente relacionado ao lugar onde se dá a primeira parte”[35].
“os romeiros partem em busca de um outro lugar, parando em várias estações ao longo do caminho para fazer memória histórica e protestar. Durante a caminhada, rezam e cantam. Levam junto consigo a Bíblia e a cruz, símbolos da primeira parte. O caminhão – utilizado como palco na primeira parte – também acompanha a caminhada”[36].
“inclui os seguintes elementos: bênção dos alimentos; almoço; plenária para discursos e apresentações artísticas; anúncio das conquistas da luta do povo; leitura bíblica que motiva um momento festivo com muita comida e bebida locais, dança e canto; estabelecimento de um compromisso social; bênção dos romeiros e encerramento”[37].
“depois de escolhido o local da romaria, o primeiro ato para sua preparação é o mutirão da memória, ou seja, recontar, pesquisar, ouvir a memória do lugar. A partir deste mutirão, cria-se todo o resto: os símbolos, textos, cantos, temas, gestos litúrgicos, apresentações, a romaria em si. Memória não tem a ver, aqui, com ‘exercício mental’ e ‘lembrança’, mas sim com a vida integral – corpo, mente e espírito – de pessoas localizadas”[39].